Resenhas

Dillon Francis – Money Sucks, Friends Rule

Produtor revela-se grande catalizador de tendências da música Eletrônica das pistas de hoje

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Ano: 2014
Selo: Mad Decent/Columbia
# Faixas: 12
Estilos: EDM, Electro House, Trap
Duração: 45:20
Nota: 4.0
Produção: Dillon Francis

Se um primeiro álbum serve para comprovar uma lista de coisas, Dillon Francis mostra que sabe cumprir seu papel de não dar motivos para alguém duvidar de seu talento não só como produtor no sentido de quem coloca a mão na massa, mas também no seu papel de catalizador do que é tendência hoje na música Eletrônica feita para as pistas. E Money Sucks, Friends Rule é isso, um “álbum” (em seu significado de “coleção”) que compila o som que se faz em 2014 – e sem deixar a peteca da festa cair, já que o que mais importa aqui é o entretenimento (com um nome e capa destes, não tinha como ser diferente).

E o som que Francis propõe é sempre convidativo, mesmo quando mais agressivo. O disco começa com algumas de suas faixas mais tensas, mesmo que não percam o bom humor. All That coloca o Hip Hop em primeiro plano (com participações de Twista e The Rejectz), servindo de introdução com batidas tensas que disputam destaque com os versos. Em seguida, Get Low (parceria com DJ Snake e primeira amostra do trabalho revelada) revela o Trap com uma melodia que você certamente ouviu ao longo do ano.

A partir daí, todas as facetas da Eletrônica mais Pop e dançante descem pro play e a festa desenfreada dita o ritmo. When We Were Young, escolha certeira para single, vem pra você cantar enquanto dança, Set Me Free (com o prodígio Martin Garrix) traz drops e sons suficientes pra você entender EDM. Na sequência, Drunk All the Time é a música mais “cara de hit” que ouvi nos últimos tempos e Love in the Middle of a Firefight vai para uma vibe bem diferente, ainda que coesa, de algo mais feito em projetos conjuntos ou de banda mesmo – e ter Brandon Urie (Panic! At the Disco) nos vocais ajuda nessa sensação. Isso tudo até agora é apenas a primeira metade do disco. Vai vendo.

Not Butter escolhe os timbres tensos do Dubstep mais porrada para entregar um senso de humor muito amigável. I Can’t Take It brinca com Moombahton e We are Impossible, logo depois, cria aquela sensação de banda de Synthpop com o duo australiano The Presets. Major Lazer dá suas caras ao lado de Stylo G para We Make It Bounce, música com selo de qualidade do coletivo. Pra terminar, What’s That Spell retorna àquela tensão toda do início do álbum e Hurricane, com vocais de Lily Elise, fecha o disco com uma delicinha Pop nos trinques.

Aos 45 minutos de audição, você logo saca que vai rolar um segundo tempo para curtir cada detalhe dessa verdadeira síntese do que é a música Eletrônica de hoje vista em clubs de respeito, festivais e nas outras resenhas de discos aqui do site – e, como sempre, na influência que esse meio tem no mainstream. O que Francis faz é dar vontade para que o ouvinte se convide para esta e outras festas afins.

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BOM PARA QUEM OUVE: Calvin Harris, Rusko, Diplo
MARCADORES: EDM, Electro House, Trap

Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.