Resenhas

SBTRKT – Wonder Where We Land

Produtor inglês ambiciona ainda mais em seu segundo álbum e alcança ótimo resultado

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Ano: 2014
Selo: Young Turks Recordings
# Faixas: 15
Estilos: Post-Dubstep, Eletrônica, R&B
Duração: 42:24
Nota: 4.0
Produção: Aaron Jerome
SoundCloud: /tracks/164052136

Em 2011, Aaron Jerome, nome por trás do projeto SBTRKT, lançou seu disco de estreia homônimo e conquistou a atenção de público e crítica com seu som que passeava entre o Post-Dubstep (que na época ganhava ainda mais hype com o melancólico James Blake) e o R&B. Seguindo quase o mesmo clima que o mascarado produtor já havia mostrado nos EPs Musik Lace e 2020, seu álbum de estreia parecia ser o fim de uma fase, o encerramento de um ciclo na carreira do músico.

O que foi comprovado com a série de EPs, nomeados como Transitions, que antecederam a chegada de Wonder Where We Land e revelaram que Jerome seguiria por caminhos bem diferentes em seu segundo álbum. E creio que falar em “caminhos diferentes” aqui é totalmente apropriado, vista a ambição com que o produtor busca novas sonoridades e a grande paleta estilística que usa nessa obra. Mais experimental, bem produzido e focado em letras, o álbum se torna uma verdadeira odisseia pela nova Música Eletrônica.

Estilos diferentes moldam-se a convidados diferentes – e este disco está cheio deles. Há um pouco de um Hip-Hop muito contemporâneo em Higher (que conta a voz do novato rapper Raury), uma balada mista entre R&B e Jazz em Look Way (faixa com Caroline Polachek, conhecida pelos projetos Ramona Lisa e Chairlift), desdobramentos da música Pop feita para as pistas em The Light (com a participação da novata Denai Moore), algo próximo ao Soul (incrivelmente na voz do rapper do A$AP Ferg), Funk na íncrivelmente dançante New Dorp, New York (com Ezra Koenig, Vampire Weekend) e, é claro, baladas R&B na voz de Sampha, como a ótima Temporary View e If It Happens.

Os três anos que separam as duas obras serviram para que Aaron aperfeiçasse seu som e saísse da bolha do Post-Dubstep em que vivia até 2011. Ao mesmo tempo, o músico aperfeiçoou também suas qualidade como letrista (criando alguns momentos bem marcantes e refrãos pegajosos) e mesmo como produtor. Ainda que possa haver algumas reclamações quanto a “falta de uma linha estilística”, ninguém pode negar que Wonder Where We Land dá vários passos adiante em relação a SBTRKT – talvez, em direções realmente diferentes, mas todos passos certeiros.

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BOM PARA QUEM OUVE: Sampha, Disclosure, Little Dragon
ARTISTA: SBTRKT

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts