Resenhas

Empire! Empire! (I Was A Lonely Estate) – You Will Eventually Be Forgotten

Keith e Cathy Letinen estão de volta para o segundo álbum de seu projeto

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Ano: 2014
Selo: Count Your Lucky Stars/Topshelf Records
# Faixas: 11
Estilos: Emo, Emo Revival, Indie Rock
Duração: 37:40
Nota: 3.0
SoundCloud: /tracks/151888351

Mesmo para quem não está em contato direto com a cultura Emo, Empire! Empire! (I Was A Lonely Estate) não deve ser um nome tão desconhecido. Ao longo dos últimos anos, o duo, formado pelo casal Keith e Cathy Letinen, gravou inúmeras obras (entre discos, EPs e singles) que ganharam certo reconhecimento no mundo Indie e nos diversos blogs de música Alternativa que existem espalhados pela Web. Se no começo tudo o que chamava a atenção era a cara Indie Rock/Emo dos anos 90 que sua música tinha, após 2011 (com o EP Home After Three Months Away), o que mais começou a fazer a fama da dupla foram suas obras tão ligadas às suas narrativas.

You Will Eventually Be Forgotten é o segundo disco da banda e o que tenta levar isso ainda mais adiante, construindo uma coleção de onze histórias ligadas por um tema só. Morte, experiências de quase morte, luto e tragédias em geral constituem grande parte da obra em letras que narram essas experiências de maneira bem confessional. Algo que pode ser comparado a Benji, mais recente disco de Mark Kozelek em seu projeto Sun Kil Moon, na forma como a liríca é construida e apresentada, mas, ao mesmo tempo, bem distante da profundidade alcançada pelo folker.

Com total ênfase nas letras (e não na combinação delas com o acompanhamento musical), o disco sofre de alguns problemas. A lírica não consegue segurar o disco todo em suas costas, ainda mais quando uma estrutura linear de narrativa perde sua capacidade trazer algo novo ao ouvinte depois de repetidas audições. Aquele impacto inicial se vai e com ele o interesse de ouvir novamente o álbum. Outro ponto importante é que, quando contada de forma sucinta, as faixas parecem não impressionar nada ou pelo menos não criar nenhuma empatia com ouvinte, como em Stay Divided, que narra a história de adolescentes que sofrem um acidente durante um passeio de barco por um rio. Algumas vezes, até mesmo faixas mais pessoais não parecem conseguir envolver o ouvinte como em obras anteriores do duo.

Mais um problema do álbum é como ele se estrutura musicalmente. Com muito de bandas que serviram como base para o que é chamado de “Emo Revival”, o disco não consegue trazer muitas novidades além do que grupos como Mineral e American Football já fizeram há pelo menos 20 anos. Isso sem contar a grande semelhança sonora entre faixas, que se desenvolvem quase como um Twinklecore, com as guitarras melódicas e assimétricas que inevitavelmente lembrarão algum projeto dos irmãos Kinsella. As músicas que mais impressionam são aquelas que quebram esse estrutura e criam um clímax e realmente conseguem completar as letras (e não servir apenas como um fundo musical para elas). You Have to Be So Much Better than You Ever Thought e It’s So Much Darker When a Light Goes Out than When It Would Have Been If it Had Never Shone são os maiores exemplos disso.

Ainda assim, You Will Eventually Be Forgotten é um disco que flui muito bem (até por conta da semelhança entre as faixas) e que consegue entreter e emocionar o ouvinte em seus quase quarenta minutos de duração.

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Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts