Resenhas

Stéphane San Juan – Système de Son

Praticamente um franco-brasileiro, percussionista estreia em carreira solo fazendo jus à escola francesa das boas vozes

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Ano: 2014
Selo: Maravilha8/Pommelo Distribuições
# Faixas: 10
Estilos: Standard Pop, Bossa Nova, Samba
Duração: 35:28
Nota: 3.5
Produção: Stéphane San Juan

Não há como negar que o Standard Pop é algo que até hoje ainda nos encanta os ouvidos. E nesse quesito/estilo, os franceses, que preferem costumam chamar tal som de Chanson, já tem sua expertise como com Charles Aznavour, Serge Gainsbourg e Jacques Brel, apenas para citar alguns dos homens. E a nova geração parece que herdou o talento para o vozeirão envolvente, boêmio e charmoso. Ou, nem tão nova assim

Apesar de Système de Son ser seu disco de estreia em carreira solo – agora assumindo os vocais- , Stéphane San Juan já possui vasta experiência no ramo musical, porém dominando as baquetas e percussões, inclusive por terras brasileiras. Em breve resumo, o músico, apesar de nascido em Nancy, há 12 anos mora no Rio de Janeiro e já fez parte de grupos daqui como Orquestra Imperial e Os Ritmistas, além de ser membro de bandas de apoio de artistas como Thiago Pethit e Vanessa da Mata e de dividir o microfone com Tulipa Ruiz, como na canção Miroir en nous.

Se propositalmente ou não, é notório a divisão sonora da primeira e da segunda metade do álbum. Se nas primeiras cinco canções nos deparamos com a ritmada e casual Souffle moi nos plus moments e as envolentes e sensuais Mio amore mio e Miroir en nous (fazendo jus ao melhor estilo sessentista/setentista dos grandes nomes franceses citados), a segunda metade já se mostra pintada em verde e amarelo. A partir de Retornado começamos a ver o lado brasileiro de Stéphane, inclusive com o, praticamente, franco-brasileiro cantando em bom português alguns versos, e onde traz ritmos mais tropicais e dançantes de um gostoso samba como em Les êtres humains e Ô Chance – na qual recebe Wilson Das Neves – e na “bossinha” de Amour posthume.

Sabendo trabalhar a herança de sua terra natal, com o estilo das grandes vozes, e os ritmos mais energéticos de sua segunda casa, Stéphane mostrou-se em seu disco de estreia como cantor – e também auto-produtor- em um disco que ainda nos dá o bônus dessa mistura tropica,l além de mostrar ser um bom intérprete e que consegue dar conta de dar continuidade à escola francesa de boas vozes.

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Autor:

Marketeiro, baixista, e sempre ouvindo música. Precisa comer toneladas de arroz com feijão para chegar a ser um Thunderbird (mas faz o que pode).