Resenhas

Turn to Crime – Can’t Love

Álbum de estreia do trio experimental vem com extremos, indo do Pop ao Ambient Noise

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Ano: 2014
Selo: Mugg & Bopp/Old Flame Records
# Faixas: 7
Duração: 36:43
Nota: 3.0

Derek Stanton é a figura principal por trás do trio Turn To Crime. Foi a partir da dissolução de sua antiga banda Awesome Color e de sua mudança do Brooklyn para Michigan que começou a tomar forma em sua mente o que seria visto em Can’t Love, disco de estreia da banda. O que começou com um projeto de Ambient Noise ganhou uma cara mais roqueira com a entrada de Ian Saylor e Dorian Foerg e o resultado pode ser visto nas sete faixas, divididas em pouco mais de 36 minutos, de um Garage Rock Experimental e cheio de suas particularidades.

De certa forma, o disco é quase conceitual, seja por suas músicas que se complementam (caso de I e Can’t Love), títulos que seguem quase a mesma linha, faixas que se alternam entre instrumentais e cantadas e pelo próprio clima do disco que segue um caminho quase narrativo. Esse tal caminho vai aos extremos (de I Can’t Love para I Can’t Not Love) depois de uma viagem por Forgiviness (“perdão”) e Nightmares (“pesadelos”). Musicalmente, o disco viaja por esses extremos também. A dobradinha inicial mostra o poder lírico da banda (com letras como “I don’t like sunshine/I don’t want good times/I can’t love”) e dá ênfase na melodias à la Sonic Youth, enquanto a última música se mostra concentrada em mostrar o poder do Noise (com algumas tendências do Krautrock) em uma faixa instrumental de mais de dez minutos.

Entre os extremos, o grupo passeia por um Pop que ganha novo propósito. As demais músicas, com seus três ou quatro minutos, mostram a inventividade do trio ao lidar com gêneros diferentes e experimentar livremente com eles. Faixas como o single Sunday’s Cool mostram bem isso com suas batidas e clima retrô, mas com guitarras barulhentas e gritantes. Forgiveness segue nesse mesmo caminho e traz muito das baladinhas Pop dos anos 60 (algo que pode mesmo até lembrar Velvet Underground) , mas ganhando, é claro, a cara da banda. Nightmares, como o nome pode sugerir, se torna a música mais sombria do álbum, se apegando ao Noise e sobrepondo ruídas e texturas em cima das guitarras e batidas.

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BOM PARA QUEM OUVE: Ben Frost, Deon Custom, Liars
ARTISTA: Turn To Crime

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts