Resenhas

Oliver Wilde – Red Tide Opal In The Loose End Womb

Lírico e sensível, músico lança outra excelente obra entre o Folk Eletrônico e o Lo-Fi emocional

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Ano: 2014
Selo: Howling Owl Records
# Faixas: 12
Estilos: Lo-Fi, Folk Psicodélico, Folk Eletrônico
Duração: 56:02
Nota: 4.5
Itunes: http://clk.tradedoubler.com/click?p=214843&a=2184158&url=https%3A%2F%2Fitunes.apple.com%2Fbr%2Falbum%2Fred-tide-opal-in-loose-end%2Fid863934950%3Fuo%3D4%26partnerId%3D2003

Quando a Brief Introduction To Unnatural Light Years – o primeiro álbum do até então desconhecido Oliver Wilde -, chegou na redação do Monkeybuzz, na metade do ano passado, causou uma espécie de frenesi velado. “Cara, ouve isso aqui”. As sugestões, seguidas de um olhar desconfiado, eram o indicativo de que aquele material não era qualquer coisa e, assim, formou-se a impressão de que aquela música não sairia de nossas vidas tão cedo. Não deu outra, passadas as impressões iniciais, o álbum provou seu valor ao nunca mais sair da playlist de alguns dos redatores, e, assim, o álbum se tornou um dos nossos favoritos do ano passado(e até fomos entrevistar o cara).

Por isso, o anúncio de que Red Tide Opal In The Loose End Womb estava a caminho causou uma expectativa muito grande, seguida (de minha parte) de uma desconfiança subsequente. Será que aquele álbum, menos de um ano mais velho, manteria a qualidade do anterior? Ou seria algo feito às pressas apenas para acompanhar a repercussão do primeiro? Para nosso alívio (e imenso prazer), Red Tide Opal In The Loose End Womb é outro grande trabalho, que não deixa nada a desejar, e, apesar de repetir a fórmula do anterior, causa a mesma sensação de ineditismo do outro.

Se você não conhece o trabalho de Wilde, aqui vai a fórmula simplificada: uma voz sussurada, violão e muito (muito) ruído eletrônico. Sua obra como um todo, aquele Lo-fi emocional que já citamos na resenha anterior, está revestida pela sujeira sonora (que, apesar disso, soa sempre muito suave) e o uso desmedido dos samplers, recursos que refletem analogamente aos recortes e à saturação das imagens de suas capas, e ao glitch e a sobreposição de seus videoclipes.

Sua obra foge muito ao óbvio e por isso tem tanta qualidade: suas melodias são únicas, os recursos de seus arranjos são feitos de uma maneira muito particular, suas letras são sofisticadas e as imagens que escolhe cantar são líricas e sensíveis. Veja os títulos das músicas por exemplo, Stomach Full of Cats não te parece uma imagem muito mais fiel do que a conhecida expressão “borboletas no estômago”? Afinal, fiz tantas comparações entre os dois trabalhos porque me parece inevitável: Brief Introduction To Unnatural Light Years e Red Tide Opal In The Loose End Womb formam uma espécie de grande álbum (de título infinito) e estão entre as melhores coisas que apareceram por aqui nestes dois anos.

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Autor:

é músico e escreve sobre arte