Resenhas

Kevin Drew – Darlings

Artista lança obra confessional disfarçada entre o erótico e o cômico

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Ano: 2014
Selo: Arts & Crafts
# Faixas: 11
Estilos: Indie Pop, Singer-Songwriter
Duração: 42:26
Nota: 3.0
Produção: Kevin Drew, Dave Hamelin
Itunes: http://clk.tradedoubler.com/click?p=214843&a=2184158&url=https%3A%2F%2Fitunes.apple.com%2Fbr%2Falbum%2Fdarlings%2Fid787504510%3Fuo%3D4%26partnerId%3D2003

Darlings é o novo álbum solo de Kevin Drew, compositor canadense mais conhecido por fazer parte do grupo – também canadense – Broken Social Scene. E, de fato, musicalmente, este trabalho solo não difere muito de seu projeto anterior, seja pelo democrático uso dos instrumentos (que não tem um apreço exclusivo pela guitarra ou violão no protagonismo de suas composições), seja pelo timbre da voz de Drew, tão característico.

E, assim sendo, podemos dizer que a principal característica deste álbum, o fator que fez necessário este trabalho ter sido lançado sozinho, é (vamos pôr nesses termos) conceitual. Darlings está envolvido por uma atmosfera muito pessoal de Kevin Drew, que aposta num clima erótico, que se encontra num limiar entre o explícito e o engraçado, cheio de baladas, com uma aura “amor livre pós-hippie” sem falsos pudores. Algo assim. A começar pelos nomes das músicas: Body Butter, Good Sex e You Gotta Feel It, por exemplo.

E que continua pelas estratégias de divulgação do álbum: em primeiro lugar, os clipes que foram lançados. O primeiro, Good Sex, é NSFW. Já Mexican Aftershow Party aposta no seu clima Depeche Mode para explicitar suas reais intenções: um alter-ego, personagem de si mesmo, cheio de glitter prateado, canta para uma platéia escassa e blasé, enquanto a verdadeira face de Drew se esconde por trás das cortinas.

Além disso, Drew também lançou sua própria Body Butter (sério, veja aqui) para ajudar na divulgação. O marketing é o mesmo: um certo erotismo cafona e kitsch. Sem deixar nada a desejar em sua produção, Darlings me parece uma exposição de sentimentos sinceros disfarçados de paródia. Engenhoso e muito interessante. Vale a escutada.

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Autor:

é músico e escreve sobre arte