Resenhas

Iggy Azalea – The New Classic

Com respaldo na estética e no esforço, australiana consegue divertir diversos públicos

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Ano: 2014
Selo: Universal Music
# Faixas: 12
Estilos: Rap, Hip Hop, Pop, Trap
Duração: 42:09
Nota: 3.5
Itunes: http://clk.tradedoubler.com/click?p=214843&a=2184158&url=https%3A%2F%2Fitunes.apple.com%2Fbr%2Falbum%2Fthe-new-classic%2Fid830690205%3Fuo%3D4%26partnerId%3D2003

“Its a fucking celebration! Go-go-go!” – É bradando assim que Iggy Azalea finalmente colhe os louros que vem plantando desde o primeiros passos de sua carreira, que começaram lá em 2010, e agora de fato são festejados. A australiana é provinda de um terreno tido como infértil para rappers, ainda mais se você for uma garota branca. Iggy agregou o nome da rua em que vivia à sua alcunha artística e vive a sua melhor fase, e busca chegar cada vez mais longe, agora com o respaldo de seu primeiro álbum, The New Classic.

De fato, Iggy é uma jovem de sorte, porque talvez em outros tempos, seu trabalho não fosse levado tão em conta como agora, em que o Rap e o Hip Hop estão vivendo uma boa fase, e depois de ter passado e se estabelecido bem entre o Pop e as rimas graças a artistas dos últimos anos, como Nicki Minaj e Azaelia Banks. Tais nomes revitalizaram uma cena que não se via firme assim desde meados dos anos 80 e no decorrer dos 90 em que a música negra ganhou espaço novamente, mais diretamente ligada ao R&B.

Apoiada pelo seu grande selo, Universal Music, a artista Amethyst Amelia Kelly mostrou que de fato deixou ser levada pelos seus novos empresários assim como Angel Haze em Dirty Gold, ganhando um apelo ainda mais popular e radiofônico, o que não a torna necessariamente desinteressante, mas bem mais preparada pra enfrentar grandes públicos, que é o que parece ser sua real ambição daqui em diante. Para acompanhar uma turnê ao lado de uma cantora do cacife de Beyoncé, é preciso culhões e um bom pique, e é aqui que entram as notórias músicas Work e Bounce, com letras que evocam a diversão permeada bom um bom pastiche de batidas e ritmos que estão na moda, como o Trap. O trabalho é de fato um assunto recorrente entre as composições de Azalea, abordando o quanto a musicista deu seu suor e sangue pra chegar aonde chegou, e inclusive contando os maus momentos que passou.

Na mesma levada, as letras mais sisudas ficam por conta de Walk The Line e Don’t Need Y’all, que são apresentadas quase de forma pura e sem muita inventidade nas bases. Reforçando a ideia da dedicação e de quão cercada por interesseiros já foi, a temática de Amethyst não vai muito além disso, deixando um pouco frustrados quem realmente buscava saber um tanto a mais da habilidade da cantora em rima e contar sua história. Envolvendo-se em ritmos da Black Music e do Synthpop, uniões de médio porte nascem no disco: Ela vai bem na provocativa Fancy ao lado de Charli XCX e também junto ao recortado R&B 100 com Watch The Duck, mas pisa em ovos ao arriscar-se em um hit à la Rihanna, com Black Widow, junto à também novata Rita Ora, e passa um tanto ofuscada na tentativa de algo mais denso, com Goddess.

Ao fim do trabalho que se estende por pouco mais de quarenta minutos, sauda-se Iggy Azalea como uma iniciante privilegiada e esforçada a ser ainda lapidada, que sabe como divertir e entreter seu público e ainda apega-se às suas raízes. Mesmo com toda a impactante estética e as caras e bocas, acaba deixando a desejar aqui e ali na demonstração de uma personalidade forte na mesma dosagem da que vemos em fotos e clipes ao compartilhar uma obra completa.

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BOM PARA QUEM OUVE: Brooke Candy, Angel Haze, Azaelia Banks
ARTISTA: Iggy Azalea
MARCADORES: Hip Hop, Ouça, Pop, Rap, Trap

Autor:

Jornalista por formação, fotógrafo sazonal e aventureiro no design gráfico.