Resenhas

Brody Dalle – Diploid Love

Primeiro álbum solo da musa do Rock australiano mostra que ela sabe no que está se metendo

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Ano: 2014
Selo: Caroline Records
# Faixas: 9
Estilos: Rock, Rock Alternativo, Indie Rock
Duração: 41:36
Nota: 4.0
Produção: Alain Johannes e Brody Dalle
Itunes: http://clk.tradedoubler.com/click?p=214843&a=2184158&url=https%3A%2F%2Fitunes.apple.com%2Fbr%2Falbum%2Fdiploid-love%2Fid828416758%3Fuo%3D4%26partnerId%3D2003

A australiana Brody Dalle é o mais próximo de uma “Primeira Dama do Rock” que temos hoje em dia, afinal ela ostenta o sobrenome Homme (de seu marido, ele mesmo, Josh Homme) e já fez bonito com as bandas The Distillers e Spinnerette. Agora, vem a coroação absoluta com seu primeiro trabalho solo, Diploid Love.

Que a moça já sabia fazer música, disso ninguém tinha dúvida. À frente de um projeto que carrega seu nome, ela entregou um trabalho variado, ainda que coeso, que contou com a mão de Alain Johannes na produção, um cara com um currículo à altura de Brody – além de trabalhos de produtor com nomes como Mark Lanegan, No Doubt e Jimmy Eat World, já tocou com Queens of the Stone Age e divide o palco com ela como integrante do grupo Spinnerette.

Faço questão de contar isso porque o disco tem um quê “familiar”, não no sentido “já ouvi isso antes”, mas “à vontade”. Ela se mostra muito confortável ao trazer suas guitarras, tanto as mais tranquilas com um quê de Psicodelia (como I Don’t Need Your Love) até as mais pesadas (Underworld), sem medo de cair em algo mais Pop ou de soltar sua veia mais alternativa, menos convencional.

As nove faixas variam bastante entre si, o que deixa a experiência de ouvir Diploid Love sempre mais interessante. É um álbum divertido, no fim das contas, mesmo que ele trate temas mais sérios, como a maternidade (Meet the Foetus/Oh the Joy) ou referências mais pesadas (Blood in the Gutter ou Parties for Prostitutes, por exemplo).

Isso tem a ver também por ela estar bem acompanhada não só pelo produtor, mas por vários amigos, como Shirley Manson (Garbage) (cujo timbre se parece bastante com o de Brody), Nick Valensi (The Strokes), Michael Shuman (também Queens of the Stone Age) e Emily Kokal (Warpaint). Rodeada de pessoas de confiança, a artista pôde seguramente fazer um belo trabalho.

O maior porém acaba sendo que, por mais segurança que ela tenha, fica a impressão de que ela habita uma certa zona de conforto em diversos aspectos. No entanto, isso não vira um problema, já que ela faz bonito na hora de compor músicas que ficam na sua cabeça por um bom tempo, mas sem incomodar, como Carry On e Don’t Mess With Me.

Se ela sairá de uma certa “sombra” de Josh Homme, não dá pra saber. Porém, não resta dúvidas de que ela merece todo o respeito por si só – o que acaba sendo sempre o maior louro de um trabalho solo. Curvemo-nos à rainha.

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BOM PARA QUEM OUVE: Cage The Elephant, Garbage
ARTISTA: Brody Dalle

Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.