Resenhas

Small Black – Real People EP

Apesar de divertido, compacto não traz novidade e reaproveita demos do último disco

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Ano: 2014
Selo: Jagjaguwar
# Faixas: 5
Estilos: Synthpop, Dream Pop
Duração: 23:31
Nota: 3.0
Itunes: http://clk.tradedoubler.com/click?p=214843&a=2184158&url=https%3A%2F%2Fitunes.apple.com%2Fbr%2Falbum%2Freal-people-ep%2Fid820584428%3Fuo%3D4%26partnerId%3D2003

Nem sempre uma banda se vê pronta pra traçar um novo conceito, principalmente quando se trata de um EP, que eventualmente se mostra como período de entressafra para as reais novas criações. Isso é o que aparentemente aconteceu com o grupo Small Black em seu mais novo lançamento, o compacto Real People, que traz uma variedade diversa de recortes da banda.

O grupo segue mostrando uma sonoridade bem próxima a de seu último álbum revelado em 2013, Limits of Desire, na maior parte das faixas – Assim como uma porção de novos grupos do Brooklyn, o quarteto traz influências do Chillwave para suas composições em um viés cada vez mais dançante e recheado de samples de marimbas, associando-se até a momentos percorridos por Cut Copy em seu recente álbum, Free Your Mind.

A canção que abre o trabalho é também a que o nomeia. Reaproveitando demos e testes do material do ano passado, o grupo embasou-se na história de Colton Harris-Moore (mais conhecido como Barefoot Bandit – para o português, “bandido descalço”) para recriar a tal música. Trata-se de um conto real de um adolescente de classe média alta que roubava coisas das casas de milionários durante seu período de férias. De aviões a pequenas coisas. O grupo contou em entrevista ao site Brightest Young Things que a obsessão desse “ladrão pós-moderno” a la The Bling Ring foi a motivação principal para o retorno do grupo em 2014.

O decorrer do disco se mostra divertido deixando cair o pique apenas na última canção. No entanto um viés de novidade além do da história de Colton (e a participação fugaz de Frankie Rose) deixa a desejar pelo trabalho, o deixando com uma impressão de compilação e reciclagem de maneira muito bem executada, mas ainda assim, reaproveitamento. Lines of Latitude traz cordas e o típico emaranhado de sintetizadores que encantam. Ainda que respaldando-se em lembranças de Wild Nothing e Heavenly Beat, fica claro que ali também faltam alguns lapsos da típica inventividade de quando você constrói algo.

O “extended play” é encerrado com mais uma adaptação de EPs antigos e guardados a sete chaves por meio de Consequences e Reconstruction, e finalizado com um derradeiro cover de The Blue Nile, uma banda oitentista escocesa de Glasgow, na composição The Downtown Lights, num viés já mais soturno. O saldo residual apoia-se numa boa compilação de antiguidades dos rapazes, deixando uma brecha para o futuro e a espera por sons mais frescos e recém-concebidos.

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Autor:

Jornalista por formação, fotógrafo sazonal e aventureiro no design gráfico.