Quem foi ao festival para dançar não precisou sair do palco Indie em quase nenhum momento. Além da Little Boots, Azealia Banks e Gossip, The Drums também não conseguiu deixar ninguém parado naquela noite de sábado.
Havia dúvidas se a banda, que já veio ao Brasil para um pequeno show no Estúdio Emme, conseguiria se impor como um dos quatro headliners desta edição do Planeta Terra. Sua mistura de Indie Rock com Surf Music acabou empolgando bem mais do que qualquer um poderia imaginar e o vocalista Jonathan Pierce e sua presença de palco incrível conseguiram satisfazer quem não quis ver o Garbage.
A banda montou um setlist que misturou bem as faixas dos dois álbuns da banda, não deixou hit nenhum de fora e ainda incluiu I Felt Stupid, canção antiga da banda que não costumava ser tocada ao vivo. Assim como anunciou Jonathan, Money foi a faixa mais dançante do show e teve clima de festa de colegial, com todo mundo dançando, cantando e balançando suas cervejas como se não se importassem com mais nada, além de curtir aquele momento. A mais calminha Days, presente em Portamento, segundo trabalho da banda, foi uma das faixas mais bonitas da noite, momento de destaque para o baixista que foi impecável criando o clima de praia em plena Marginal Pinheiros. Aliás, foi impossível não notar a qualidade técnica de todos os instrumentistas e do vocal, sem tirar nem pôr do que estamos acostumados a escutar no disco, apenas fazendo os ajustes necessários para tocar para um público de alguns milhares de pessoas.
Do primeiro álbum, a faixa Best Friend foi a segunda da noite e dedicada para o “melhor amigo morto” de Jonathan, porém tocada com uma animação contraditória pela banda, assim como a própria faixa gravada brinca com o fato. Obviamente, o ápice foi Let’s Go surfing, hit absoluto que alavancou a carreira dos garotos. Em seguida, já era possível ver alguns fãs felizes se deslocando para o palco principal para ver Kings Of Leon, mas a banda ainda encerraria com Down By The Water, já nitidamente cansada.
Em resumo, The Drums chegou como quem não queria nada e botou todo mundo pra dançar. Os músicos entenderam o papel que exerciam ali, de serem uma banda adorada por muitos, mas não ser o motivo do público ter ido ao festival, portanto não precisavam de nenhuma criatividade espetacular, nem de nenhum recurso especial para enfeitar o show. Apenas fazer a Surf Music nascida no Brooklyn que eles iniciaram e estão sabendo levar tão bem.
Crédito da foto: Mariana Pekin
