“We made it!”, disse Shirley Manson, a icônica vocalista que comemorava no palco a apresentação do Garbage no Planeta Terra Festival, após as quase duas décadas de carreira da banda. E, por mais curtos que os 50 minutos tenham sido, seu show parece ter vindo com o rótulo de “valeu a pena esperar”.
Abrigados no palco principal do evento, os músicos fizeram sua entrada triunfal, principalmente o baterista Butch Vig, que chegou vitorioso ao local que ele explicou como o país que abrigou seu cunhado – que “não está mais conosco” – por muitos anos, um lugar onde ele sempre quis tocar. Shirley também expressou a felicidade por estar no Brasil em outros momentos da apresentação, que misturou sons de seu recente Not Your Kind of People com sucessos antigos como I Think I’m Paranoid, Cherry Lips (Go Baby Go) e Why Do You Love Me.
O público cantava com muita empolgação as músicas das diversas fases da banda, extasiado pela performance. Os membros do Garbage – todos muito bem vestidos em um visual que permanece “cool” há 20 anos – tinham uma postura de “roqueiros moderninhos à moda antiga” deliciosa de se assistir, principalmente a ruiva com suas muitas poses sedutoras, sempre olhando fixamente para pontos específicos na plateia, com direito a uma corrida em círculos alucinada pelo palco após um defeito no som.
Como um todo, a banda impressionou pela qualidade do trabalho, mesmo a quem já a conhece há muito tempo. Até a voz de Shirley parecia melhor ao vivo. Porém, lá pelas últimas músicas, se notava um certo cansaço nos músicos – o que foi contornado para a ótima dobradinha final de Push It e Only Happy When it Rains, certamente o ponto mais alto da noite.
Apesar de curto, o show foi desenhado na medida certa para agradar novos e antigos admiradores da banda. No fim das contas, Garbage se mostrou como a atração certeira para animar a segunda metade do festival, matando a vontade já de longa data que os brasileiros tinham de ver o grupo por aqui e surpreendendo quem ainda não o conhecia.
Créditos da foto: Liliane Callegari
