Cinco Bandas do Pitchfork Festival Que Todos Deveriam Conhecer

Algumas bandas mostraram tanta qualidade ao vivo que é uma pena não terem tantos fãs no Brasil

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DIIV

Zachary Cole Smith é guitarrista da banda Beach Fossils, que já passou pelo Brasil no ano passado, mas seu projeto principal, atualmente, é a banda DIIV. Assisti-la ao vivo é uma experiência deliciosa. Eles conseguem uma mistura de bom Rock com aquela guitarra típica da Surf Music. Influências do Dream Pop, a sujeira do Shoegaze, boas melodias vocais e uma precisão em transmitir tudo isso ao vivo fazem do show da banda DIIV um dos mais divertidos da atualidade.

Nesta edição do Pitchfork Festival não foi diferente. Quem já os conhecia correu para garantir uma cópia do disco Oshin e quem não conhecia ficou surpreso com a grande qualidade dos rapazes. A sensação é de estarmos ouvindo música feita por gente muito experiente e que realmente sabe o que quer musicalmente e como chegar lá. DIIV é definitivamente uma banda que merecia um maior reconhecimento no Brasil.

Twin Peaks

Estes garotos de Chicago tem 19 anos e protagonizaram nossa coluna Ouça: Bandas há algumas semanas. Por aqui, entre os fãs de Rock, eles já são uma das grandes sensações do verão e assistindo à abertura que fizeram do segundo dia de festival, multiplicaram qualquer expectativa que tivéssemos sobre eles.

Por melhor que fosse o som que havíamos ouvido até o momento, a sensação era de que poderiam ser mais um nome passageiro, garotos rebeldes fazendo Guitar Pop de qualidade, mas que estariam esquecidos em pouco tempo. Durante a apresentação, mostraram muita atitude (o vocalista fez o show em uma cadeira de rodas, pois estava com o pé quebrado), um foco impressionante na performance, sem se preocupar demais em causar uma boa impressão com algo que não fosse a música. São excelentes instrumentistas, tocam com muita propriedade, tem intimidade com seu próprio som e nos deixam esperançosos com o futuro da banda.

Hundred Waters

Já no SXSW deste ano, pudemos perceber a beleza do som de Hundred Waters. Agora, após o lançamento do emocionante The Moon Rang Like A Bell, fomos com maiores expectativas, curiosos para saber como os elementos sintéticos adicionados no novo álbum soariam ao vivo.

Supreendentemente eles não estão tão presentes, o show é muito mais orgânico do que as versões de estúdio e ressaltam muito a impecável vocalista. A banda já havia lançado um LP em 2012, que é muito bom, mas muito pouco conhecido. Agora, está na hora de Hundred Waters cair no gosto de todos, principalmente dos brasileiros que costumam receber com muito carinho sons apoiados em boas vocalistas femininas.

Majical Cloudz

Como já havíamos percebido durante a edição parisiense do Pitchfork Festival, Majical Cloudz faz um show impressionante e bem diferente do que estamos acostumados.

Seu produtor comanda as batidas no teclado e Devon Welsh canta com todas as suas forças e com os olhos fechados, fazendo um esforço enorme pra perder toda sua timidez. Escolhe as faixas na hora e comanda o show de acordo com a reação do público, encerrando algumas faixas antes do final e partindo para a próxima bela canção. Nesta edição em especial, tiveram o desprazer de terem que continuar o show sem o teclado, que parou de funcionar na metade da apresentação.

A situação deixou Devon Welsh bastante incomodado, mas para o público, a diferença foi quase imperceptível, já que a música de Majical Cloudz já é bastante minimalista e quem é fã, vai sempre para se encantar com sua impressionante potência vocal. A sensação é que seu ótimo disco Impersonator passou em branco para boa parte dos brasileiros e Devon Welsh merece uma segunda chance. Triste pensar que o músico deve crescer em popularidade apenas quando ganhar um remix bastante festivo ou ser convidado para alguma faixa de Kanye West, assim como Lykke Li ou Justin Vernon.

Factory Floor

Contamos recentemente por aqui sobre todas as novidades que a DFA Records tem para este ano. Factory Floor foi a grande novidade do ano passado com seu excelente disco homônimo e seu show comprova a fama dos discípulos de LCD Soundsystem como grandes bandas ao vivo.

Hipnotizante e contagiante, a apresentação da Factory Floor é feita para te fazer dançar. Dificilmente você vai decorar alguma música ou tocá-la individualmente e esse é o grande trunfo da banda, fazer música boa para o público se perder na audição sem pensar em qualquer outro detalhe que desvie a atenção da música. Não só esse, mas outros nomes da música eletrônica em sua vertente menos Pop deveriam ser mais populares por aqui.

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Autor:

Nerd de música e fundador do Monkeybuzz.