Entrevista: Apanhador Só

Banda nos contou sobre a repercussão do novo álbum e o show no Lollapalooza Brasil 2014

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Fotos: Carine Wallauer

Dois anos e dois lançamentos depois, chegou a hora de sentar e conversar novamente com Apanhador Só, atração que abre o Palco Interlagos no último dia de Lollapalooza.

A banda gaúcha, que se apresenta a partir das 12:15 no dia 6, ganhou ainda mais presença na mídia após o lançamento de seu segundo álbum, Antes que Tu Conte Outra (2013) e deve fazer uma apresentação que agradará antigos e novos fãs.

Alexandre Kumpinski, vocalista e guitarrista, contou por telefone ao Monkeybuzz sobre o festival e a repercussão do disco.

Monkeybuzz: Vai fazer dois anos desde nossa última entrevista. O que mudou pra banda nesse período?
Alexandre Kumpinski, da Apanhador Só: O que mudou pra nós foi talvez um encarecimento a respeito de uma responsabilidade como artista, como comunicador, o que e como a gente vai comunicar e gerenciar nossa carreira pra que nossas ações sejam as mais coerentes possiveis com o que a gente fala.

Mb: Como os lançamentos entre os álbuns (Acústico-Sucateiro e Paraquedas) contribuíram para o resultado de Antes que Tu Conte Outra?
Alexandre: Acho que eles foram parte de um processo, a documentação de um processo que foi acontecendo de se tornar mais experimental, arriscar mais nos arranjos, não se perder no formato clássico de banda de Rock – com guitarra, baixo e bateria -, algo que a gente já fazia, mas que tinha sido deixado de lado pela banda. Essa é a importância, eles foram marcando essa mudança gradual que se consolidou no ultimo álbum.

Mb: E como vocês estão percebendo a repercussão do disco novo?
Alexandre: Tá ótima, esse disco repercutiu muito bem com público e com crítica também. Numa forma geral, a banda cresceu muito a partir do lançamento. Em algum momento, a gente ficou um pouco apreensivo de como ele seria recebido, já que ele tava bem diferente, mas foi tudo ótimo, tudo muito positivo. A gente tá muito feliz porque vê que um trabalho que não é necessariamente fácil e simples tá tendo reverberação, é um índice positivo do que as pessoas estao passando e se identificando hoje no país.

Mb: Hoje em dia, o porte das bandas variam entre diversas tonalidades cinzas, ao invés daquele preto e branco, grande e pequeno, que havia antes. Como a Apanhador Só enxerga seu próprio tamanho?
Alexandre: A gente tá num nível de porte médio de banda, que é um tamanho, uma categoria de tamanho de banda que é nova, porque a cena independente é relativamente nova. Como você falou, entre uma e outra tem todas essas tonalidades de cinza e acho que a gente tá no porte médio, grande, nao sei dizer exatamente. A gente vê muito por repercussão em redes sociais e público no show. De um ano pra cá, triplicou nosso público nas redes, é por aí que a gente vai tirando nosso crescimento. Agora, a dificuldade é fazer as pessoas irem ao show, o que é muito importante, não só pra comunicar, mas pra gente poder se manter economicamente, sobreviver. E aí tá o grande desafio, o próximo grande desafio: Como reverter o público virtual em real.

Apanhador Só

Mb: Como você disse, o novo disco é bem diferente do anterior. Como tem sido montar o repertório dos shows?
Alexandre: A gente vai tirando show por show, analisa a situação, como vai ser o palco, que horário do dia ou da noite vai ser, qual vai ser o clima, se vai ser mais festa ou teatro, qual o nivel de atenção ou desatenção das pessoas. Normalmente, quando é em um ambiente de mais atenção, como um teatro, prioriza o último disco. Quando é um show com mais distração, precisa de mais presença pra não dispersar, a gente mistura um pouco mais. Depende muito do tamanho do show. No geral, a gente tenta priorizar o último disco e temos tido a preocupação de tocar o primeiro álbum, porque as pessoas sempre pedem as músicas dele.

Mb: Na minha percepção, quando Apanhador Só saiu, vocês viraram uma banda de muito carinho por parte do público. Com Antes que Tu Conte Outra, a situação mudou pra uma banda de muito respeito. Como vocês notam isso?
Alexandre: Eu acho que essa tua classificação é ótima, foi isso que eu comecei a sentir a partir do lançamento do último album, uma postura de respeito. Acho que muito porque o que a gente tá criando tá muito em consonância com o clima de um bom segmento da população e conseguiu transcrever através da música muito do que a gente tá vivendo, e isso cria um certo respeito mesmo, isso é sensacional. A gente tá num momento muito feliz.

Mb: O que vocês prepararam para o show de domingo no Lollapalooza?
Alexandre: É um show curto, de festival, a gente prezou por músicas do disco novo e dos anteriores. Acho que o diferencial desse show é que vão ter projeções de imagens que estão sendo preparadas especialmente pro show do Lolla.

Mb: E que shows você mais que ver durante o festival?
Alexandre: Quero muito ver o do Lucas Santtana. Vampire Weekend também, que é uma banda que eu gosto. Na verdade, tem muita coisa, né? É uma programação vasta, cheia de coisa boa. Vou dar uma olhada no Pixies também.

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Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.